Quando o assunto é gravidez, seja lá qual for o momento escolhido, o fator mais importante para traçar esse planejamento é a idade e a condição da reserva ovariana. Sabemos que o relógio biológico pode ser um grande empecilho no sonho da maternidade de algumas mulheres, em especial para àquelas com mais de 35 anos, estabelecendo uma verdadeira corrida contra o tempo e despertando a importância de preservar a fertilidade.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 10% dos casais terão problemas para engravidar. Para essas mulheres, a medicina já disponibiliza alternativas inovadoras e eficazes de reprodução assistida que auxiliam no sonho de gerar vidas. O ginecologista e obstetra Waldemar Carvalho, especialista em reprodução humana na clínica Tempo de Fertilidade, alerta para a influência do relógio biológico ao tentar engravidar e dá dicas importantes dos fatores que podem influenciar nas chances de uma gravidez de sucesso, tanto para quem enfrenta problemas de infertilidade, quanto para quem quer postergar a maternidade.
Descubra a sua reserva ovariana para preservar a fertilidade
Segundo o Conselho Federal de Medicina, a idade máxima para as mulheres que desejam se submeter às técnicas de reprodução assistida é de 50 anos. Porém, o especialista alerta que após os 35 anos as chances de engravidar vão diminuindo gradativamente.
Por isso, ao pensar em preservar a fertilidade, é importante investigar a reserva ovariana. “É por meio dessa análise que é constatado a quantidade e qualidade dos óvulos ainda existentes e uma projeção de até quando eles ainda poderão ser eficazes para gerar uma gravidez e qual será o melhor método para que isso ocorra”, conta Carvalho.
A avaliação da reserva ovariana é fundamental para prever o prognóstico e ter uma previsão da taxa de sucesso nos tratamentos de reprodução assistida, como fertilização in vitro e congelamento de óvulos. Quando apresentam baixa reserva ovariana, essas mulheres têm menos propensão a boas respostas à indução da ovulação e, consequentemente, baixo percentual de gravidez, enquanto boa reserva indica maiores chances de engravidar.
Programe-se: idade é sinônimo de sucesso
As mulheres já nascem com um número certo de óvulosque serão liberados ao longo da vida e com o passar do tempo, os óvulos vão diminuindo a quantidade e perdendo qualidade dificultando cada vez mais a gravidez, por isso é durante a idade reprodutiva, entre 20 a 35 anos, que estão as maiores taxas de ter uma gestação de sucesso.
“Para ter um planejamento familiar eficaz e preservar a fertilidade é necessário achar o momento certo para se preocupar em como e quando a mulher vai engravidar. Pensar nisso durante a idade reprodutiva é ideal para preservar a fertilidade no caso de desejar postergar a maternidade ou em casos de possível infertilidade e assim investir em tratamentos de reprodução assistida”, explica o médico.
A Fertilização In Vitro, por exemplo, é um dos tratamentos de gravidez mais realizado no mundo devido a sua alta taxa de sucesso que varia entre 45% a 60%. Segundo dados da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em 2018, o último censo do órgão registrou 43.098 ciclos de Fertilizações In Vitro realizados no Brasil, um crescimento de 18,7% em relação ao ano anterior. Isso se dá por que realizar o procedimento antes dos 40 anos, com óvulos mais saudáveis e férteis e maiores chances de obter sucesso no tratamento.
Preservar a fertilidade e aumentar a chance de engravidar futuramente
“Para quem chegou na idade reprodutiva, mas ainda busca estabilidade financeira, um relacionamento estável ou até possui risco de diminuição da reserva ovariana por problemas de saúde e quer optar por adiar a maternidade e escolher o momento certo para expandir a família, a preservação da fertilidade é a melhor opção para ter um futuro reprodutivo”, conta o especialista.
Os óvulos envelhecidos têm menores chances de serem fertilizados adequadamente. Quando ocorre a fertilização, aumentam as chances de abortos ou problemas na formação do feto, por isso o congelamento de óvulos na faixa dos 30 à 35 anos permite preservar os óvulos saudáveis em boas condições para maiores taxas de sucesso.
Os brasileiros estão cada vez mais conscientes da importância do tempo e, dispostos em planejar sua família, têm se preocupado cada vez mais em congelar os óvulos. De acordo com o último relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), em 2018 havia aproximadamente 89 mil embriões congelados, utilizados posteriormente tanto para casais tentantes quanto para a produção independente.
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