O casal que opta por aumentar a família deseja a notícia de gravidez o mais rápido possível. No entanto, para uma parcela deles, o esperado positivo pode demorar mais que o esperado. Estimativas apontam que mesmo sendo saudáveis e mantendo relações sexuais com frequência sem utilizar de métodos anticoncepcionais, a chance de engravidar gira em torno de 20%. Mas e se a dificuldade para engravidar ultrapassa um tempo considerável? Entenda o que é a infertilidade e quando procurar ajuda para a condição.

Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), os casais que não usam métodos contraceptivos durante 12 meses e não conseguem engravidar podem ser inférteis. Ao contrário da maioria das pessoas que têm a possibilidade de engravidar que gira em torno de 18 a 20% ao mês, seguindo apenas técnicas como a famosa “tabelinha” que acompanha o período fértil, ou seja, quando a mulher está ovulando.

Segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), nos casais em que a mulher tem 35 anos ou mais, é recomendado iniciar a pesquisa com seis meses de tentativas de concepção infrutíferas.

Há estudos mostrando que nos casais com infertilidade sem causa aparente, em que a mulher tem idade superior a 30 anos, a probabilidade de gestação cai 9% para cada ano que passa. A taxa de gestação cai 2% a cada mês adicional, quando a infertilidade do casal persiste após três anos e meio.

Causas da infertilidade

Na medicina reprodutiva é apontada dois tipos de infertilidade. A primária, quando não há gestação anterior; e a secundária, que se caracteriza por uma gravidez anterior e as tentativas frustradas de uma próxima gestação. O fato de a mulher ter sido mãe antes não garante fertilidade para uma futura gravidez.

Além disso, o diagnóstico de infertilidade também pode ser dado para as mulheres que chegam a engravidar, mas por diversas razões não conseguem manter a gestação.

A dificuldade de engravidar atinge aproximadamente 15% dos casais. As causas para a infertilidade são diversas tanto para o homem, quanto para a mulher, conheça alguma delas:

Fatores femininos de infertilidade:

  • Idade materna avançada e baixa reserva ovariana;
  • Disfunção ovulatória;
  • Alterações das tubas uterinas;
  • Endometriose;
  • Adenomiose;
  • Alterações uterinas;
  • Fatores imunológicos

Fatores masculino de infertilidade:

  • Distúrbios do hipotálamo;
  • Varicocele;
  • Infecções testiculares;
  • Distúrbios no transporte do sêmen;
  • Ou idiopática (sem causa aparente).

Ao apresentar alguma desses fatores, a orientação é procurar um médico especialista o mais rápido possível.

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Quais são os sinais de infertilidade?

Os sintomas de infertilidade, geralmente, estão relacionados a algumas condições de saúde que causam o quadro. Segundo estatísticas da OMS (Organização Mundial da Saúde), no Brasil, existem cerca de 8 milhões de pessoas que podem ser inférteis. No mundo, são 50 milhões de pessoas. 

O levantamento ainda apontou de 15% da população mundial tem dificuldades para engravidar e precisa recorrer a orientação e tratamento médico especializado. Alguns sintomas de infertilidade feminina podem dar o alerta aos casais e ajudar a procurar tratamento o mais rápido possível.

Confira a seguir seis sintomas de infertilidade feminina e quais são os fatores que geram as dificuldades da reprodução:

  • Dificuldade para engravidar após um ano de tentativa;
  • Ciclos menstruais irregulares e cólicas fortes;
  • Dor nas relações sexuais
  • Alterações hormonais;
  • Menopausa precoce

Já a infertilidade masculina, na maioria dos casos, ela é assintomática e é mais difícil identificá-la. Porém, alguns sinais para ficar em alerta são: 

  • Problemas com a função sexual;
  • Dor, inchaço ou nódulo no testículo;
  • Crescimento anormal das mamas;
  • Sinais de anormalidade hormonal
  • Contagem de espermatozoides inferior a 15 milhões por milímetro de sêmen.

Diagnóstico de infertilidade

Assim, após um ano ou mais de tentativas, as causas da infertilidade devem ser investigadas por especialistas e as chances do casal e a necessidade de tratamento devem ser consideradas.

Sendo assim, para obter um diagnóstico preciso da infertilidade, é fundamental consultar um especialista e realizar alguns exames.

Entre os principais exames para diagnóstico da infertilidade que podem ser solicitados para uma avaliação precisa da situação, estão a dosagem hormonal que tem o objetivo de verificar alguns hormônios importantes relacionados ao ciclo menstrual e à evolução; ultrassonografia transvaginal que serve para identificar possíveis problemas na região pélvica e a hiterossalpingografia que verifica as condições anatômicas das tubas. Veja mais sobre os exames:

Já para a investigação da infertilidade masculina, o espermograma é o mais indicado para avaliar as características do sêmen além da quantidade dos espermatozoides. Além disso, ˙há também doses hormonais e o teste de coito que verifica motilidade dos espermas.

Infertilidade tem tratamento?

Por ser um assunto muito pessoal e particular, muitos casais não compartilham esta experiência abertamente com pessoas próximas, pois a infertilidade pode ser uma experiência devastadora, podendo alterar todos os aspectos da vida de uma pessoa.

Porém, há tratamentos atuais oferecem boas taxas de sucesso, e cerca de três em cada quatro mulheres engravidarão com a adequada orientação terapêutica. A Reprodução Assistida oferece tratamentos para reverter o quadro e permitem que os casais inférteis possam engravidar.

A maioria dos casais consegue engravidar mediante procedimentos médicos estabelecidos e não mais considerados experimentais. A produção de novos medicamentos, a microcirurgia e técnicas de reprodução assistida (TRA), fazem com que a gravidez seja possível para a maioria dos casais que buscam tratamento.

Inseminação Artificial

inseminação artificial é um dos tratamentos de baixa complexidade de reprodução assistida e pode ser realizada no próprio consultório médico.

O método consiste em preparar os espermatozoides em meio de cultura com um cateter bem delicado e colocar diretamente no útero durante a ovulação (período fértil) – induzida ou não por hormônios – facilitando a fecundação natural do óvulo que vai ocorrer na trompa que ocorrer a ovulação.

O processo de inseminação artificial é simples e indolor e é parecido com a coleta do Papanicolau, exame ginecológico. Após o procedimento, a mulher fica de repouso cerca de 30 minutos para que os espermatozoides cheguem as tubas uterinas e, em seguida, pode realizar suas atividades normalmente. O resultado do tratamento pode ser analisado depois de 14 dias, por meio do teste de gravidez.

Fertilização In Vitro

Fertilização In Vitro é a técnica de reprodução assistida que consiste na união do espermatozoide com o óvulo em um laboratório, dando origens a embriões que, posteriormente, serão transferidos para a cavidade uterina com a intenção de estabelecer uma gravidez de sucesso.

 O tratamento de fertilização in vitro consiste em etapas que vão desde a avaliação hormonal até a transferências dos embriões para o útero. É estimado que todo o processo dure em torno de 15 dias.

 Há duas técnicas de fertilização:

  • FIV Convencional: Esse método é o mais clássico e consiste em colocar os óvulos juntos aos espermatozoides, para que estes penetrem a membra ovular espontaneamente;
  • ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides): Já neste método, o espermatozoide é injetado pelos embriologistas dentro do óvulo;

Na fertilização in vitro, os processos são muito semelhantes ao que ocorre dentro do útero, portanto, torna-se seguro e não apresenta riscos de malformação maiores do que em uma fecundação natural.